sexta-feira, 7 de março de 2008

Resenha do Filme " Tróia"

Tróia

Geovana Alves de Freitas
[1]


A Guerra de Tróia é um dos acontecimento mais importantes e complexos da mitologia grega. Como todos os mitos gregos, a guerra de Tróia revela a luta do homem para existir ante a face dos deuses. Os deuses castigavam sem piedade os homens que ousassem desafiar seus poderes, ou se pensassem que seriam capazes de viver sem sua proteção. O principal motivo da Guerra de Tróia é o romance entre Helena rainha de Esparta, Filha de Zeus (deus grego) e da deusa Leda, com Páris filho do Rei Primo, que fogem de Esparta, deixando o rei Menelau, marido de Helena irritado, desejoso de vingançaiosoau fu Espartae fogem de Esparta, deixando o rei e Leda
Por volta do ano 3.200 a.C. o rei Agamenon, com o intuito de expandir seu território e fortificar seu poder, quer guerrear contra o rei de Tróia. No dia do combate, os dois reis chegam a um acordo de que somente dois homens, dos mais fortes, fariam o duelo, evitando o sangue de muitos guerreiros. Agamenon pede a Aquiles que lute contra o poderoso guerreiro troiano; e com facilidade, em apenas um golpe, Aquiles põe ao chão o poderoso soldado. Foi feito um acordo de paz entre os dois reinos, de Tróia e Esparta.
Depois de muito tempo, Páris, filho mais novo de Primo, rei de Tróia, foi em missão diplomática a Esparta. Enquanto estava lá, Páris se apaixonou por Helena, esposa do rei Menelau, irmão de Agamenon. Páris e Helena fugiram para Tróia. Melenau, desejoso de vingar o feitio do casal, pede a todos os antigos concorrentes, que o ajudem a trazer Helena de volta. A partir de então, colocaram-se a caminho, rumo ao reino de Tróia, e dá-se início a guerra.
A guerra de Tróia durou dez anos, com lutas violentas e grandes massacres.faz-se necessário citar o duelo ente Aquiles e Heitor, onde Aquiles vence a batalha e arrasta o corpo de Heitor em volta dos muros de Tróia como se fosse um troféu. Durante a noite o rei Primo, vai até Aquiles e pede que ele o devolva para que se possa fazer um funeral digno e é estabelecido 12 dias de luto. O rei Primo demonstra um profundo respeito pela pessoa humana, ele ensina a seus filhos ao valor da honra, do respeito e da dignidade. Esse profundo respeito pelo outro é manifestado no resgate do corpo de seu filho.
Quando o luto chegou ao fim, iniciaram a novamente a guerra. Apesar do grande esforço dos gregos, eles não conseguiam passar pelos fortificados muros de Tróia. Foi aí que decidiram colocar em prática a idéia de Ulisses, construir um cavalo de madeira, onde pudesse colocar no seu interios os melhores soldados. Assim aconteceu e entre os bravos guerreiros estava Aquiles, um semi-deus, filho de da deusa Tétis e do humano Peleu. Este cavalo foi abandonado na praia de Tróia, e ao perceber ausencia dos soldados, o rei de Tróia acreditou ser um presente dos deuses, e levou-o para interior dos muros. De madrugada, enquanto os troianos dormiam, os soldados inimigos invadiram suas casa, exterminados quase toda a população, matando seu rei, e colocando fogo na cidade. Porém, nesta batalha, Aquiles recebe uma flexada no calcanhar, disparada por Páris, causando a sua morte.
Podemos destacar no decorrer da história a pessoa do rei Primo, que demonstra ser uma pessoa integra e manifesta grandes valores como a honra e o respeito. Esse profundo respeito pelo outro percorre toda a história da filosofia, e é expresso no pensamento de muitos autores como o de Emmanuel Lévinas, pela alteridade, que significa a defesa do outro na sua infinita transcendência, promovendo sua dignidade, e só pode ser o percebido por meio da sensibilidade e não por meio da razão, só assim serei capaz de entrar em sintonia com ele e sentir com ele; a esse fenômeno de “sentir com” chamamos compaixão. Colocar-se no lugar dele, é sofrer seu sofrimento, participar de sua alegria, das conquistas, das lutas, dos fracassos. Essa compaixão levará a gestos de ternura, gestos livres e desinteressados, servir o outro sem esperar nada em troca. A gratuidade, não visa nada, doação que não espera recompensa, nem mesmo um agradecimento.
[1] Graduanda no Curso de Licenciatura em Filosofia na PUCPR.

Resenha do Filme "A Odisséia"


A Odisséia

Geovana Alves de Freitas
[1]


A Odisséia é um romance de Homero, trata de questões cotidianas, da convivência com as divindades do Monte Olímpo, ora pacífica ora conflituosa, entre deuses e mortais. O ponto central de romance não é a saída, mas principalmente do retorno de Odisseu à Itaca. Convocado para participar da Guerra de Tróia, Odisseu sai de sua casa no dia do nascimento do seu filho Telêmaco; ele deixa seu filho e sua esposa Penélope, por quem era perdidamente apaixonado; e será por causa do amor de sua mulher e de seu filho que o manterá vivo e trará de volta para casa. Na despedida ela pede à Penélope que prometa que se lês não voltar até dia que seu filho tiver a primeira barba, ela deve casar-se novamente.
Odisseu parte para a Tróia, e depois de muitas lutas, vencem os troianos de uma forma muito sábia. Fizeram um cavalo com as madeiras das embarcações, colocando no interior do cavalo os melhores guerreiros, e dizendo ao rei de Tróia que era um presente dos deuses; ao anoitece, já dentro dos muros da cidade, descem e surpreendem os troianos, matando-os e colocando fogo na cidade. Depois de vencida a guerra Odisseu comemora a vitória a margem do mar desafiando o poder dos deuses dizendo que venceu sem a proteção de nenhum deles. Furioso, o deus do mar Posídom promete que ele nunca mais chegara à sua casa e que ficara perdido em suas águas. Odisseu passou por diversas intempéries no oceano, lutando com monstros mitológicos, sendo aprisionado por deusas, lutando com gigantes, passando até mesmo pelo inferno. Odisseu e seus soldados permanecem no oceano por 17 anos. O que fez com que Odisseu chegasse em casa depois de muitos anos, foi seu reconhecimento, que sem os deuses o homem não é nada. Ele reconhece que é apenas um homem, nada mais e nada menos.
Quando Odisseu chega a Itaca, ele se disfarça de mendigo, exatamente no dia em que sua esposa deveria escolher um novo pretendente. Após vários episódios é reconhecido pela ama por causa de uma cicatriz, ela lhe prometeu sigilo. Para casar-se com a rainha, os pretendente deveriam arrumar a corda no o arco de Odisseu, mas nenhum deles consegue, somente Odisseu que depois de arrumar seu arco, volta a ser como antes, e reconhecido por todos, e com o próprio arco, elimina um por um dos pretendentes de sua esposa. Odisseu é reconhecido pela sua fiel esposa Penélope e promete nunca mais abandonar seu reino.
Ulisses é um exemplo de coragem e perseverança, pois diante das dificuldades da vida, não desanima, nem desiste, mas renova suas forças no amor por sua família e é esse amor que o levará de volta para casa. Também nós passamos por muitas intempéries na vida, mas nossas motivações devem ser sempre renovadas através dos nossos sonhos, das nossas buscas, e a felicidade deve ser nossa principal meta. O mundo nos apresenta diversos desafios que fazem com nós nos vejamos como fracassados, sem perspectivas, e com facilidade, desistimos dos nossos ideais, caímos nas “mesquinharias” deixando de lado todo o nosso potencial acreditando que somos incapazes. Pelo contrário, ante a essa realidade, precisamos erguer nossa cabeça, renovar nossos ânimos, olhar para um novo horizonte e acreditar que é possível vencer. Só assim poderemos saborear a vida e tudo o que ela nos apresenta de forma consciente, madura, permeada de felicidade.

[1] Graduanda no Curso de Licenciatura em Filosofia na PUCPR.

O nascimento da Filosofia

Nascimento da Filosofia
Geovana Alves de Freitas
[1]

Os povos primitivos explicavam todos os fenômenos, todos os problemas através da mitologia. O mito é o primeiro passo no processo de compreensão dos sentimentos religiosos mais profundos dos homens, ele também garante o sentido de pertença a um grupo social. O mito exerce uma função semelhante à filosofia, enquanto representa o modo de auto-compreender-se dos povos primitivos, ou seja, semelhante na busca pela verdade.
A filosofia surge porque o mito já não consegue mais responder às suas perguntas, já não explica o mundo e homem precisa ir além da simples imaginação. Diante dessa realidade, por volta do ano 800 a. C a 500 a.C. nasce a filosofia. Filosofia é uma palavra de origem grega que significa literalmente “amigo da sabedoria” (philos sophias). Esse termo foi inventado por Pitágoras, que certa vez, ouvindo alguém chama-lo de sábio e considerando este nome muito elevado para si mesmo, pediu que o chamassem de filósofo, isto é amigo da sabedoria.
Todos os autores concordam em afirmar que a civilização grega foi a primeira a elaborar uma forma de pensamento que se desvincula das explicações mitológicas e religiosas e passa para uma investigação científica e racional. A filosofia favoreceu o pensamento abstrato dedicado à busca do princípio e da essência das coisas.
Entre os séculos VII e V a. C surgiram os primeiro pensadores que dão expressão filosófica ao problema da existência de uma causa suprema de todas as coisas, são os filósofos jônios: Tales, Anaximandro, Anaxímenes, todos de Mileto, na Ásia Menor.

Escola Jônica
Tales de Mileto, matemático e astrônomo, é considerado o pai da filosofia grega e de toda a filosofia ocidental. Ele é o primeiro pensador que expressa sistematicamente a pergunta: “Qual é a causa última, o princípio supremo de todas as coisas?” A essa pergunta ousada, diante do quadro da multiplicidade infinita, Tales responde que, entre os quatro elementos: água, terra, ar e fogo, a água é primordial e tem primazia sobre os outros. E conclui que a água é o princípio do qual se originam todas as coisas.
Anaximandro, matemático astrônomo e filósofo, nascido um pouco depois de Tales. Para ele o princípio de todas as coisas, o elemento primordial, não pode ser uma coisa determinada como a água, a terra, o ar e o fogo, porque o que se quer explicar é a origem destas coisas determinadas. O princípio primeiro deve ser alguma coisa indeterminada, o apeíron.
Anaxímenes, discípulo de Anaximandro, põe como princípio primordial de todas as coisas o ar. Do ar procedem todos os outros elementos e, por conseqüência todas as coisas.
Depois da Escola Jônica, destacamos os filósofos mais importantes:
Pitágoras, que diz que o princípio de todas as coisas é a mônada; dela procede a díada indeterminada, que serve de substrato material à mônada, que é a sua causa.
Heráclito, que a partir da experiência do devir afirmou que: tudo é vir-a-ser, tudo muda, tudo se transforma; ele dá como princípio o fogo. E a lei que regula os movimentos ascendentes e descendentes e causa a ordem e a harmonia das coisas é o logos.
Parmênides, o núcleo central de seu pensamento é constituído pela distinção radical entre o ser e o não-ser e pela afirmação da exclusiva realidade do ser.
Empédocles, o devir é possível não pela transformação dos elementos, mas pela formação de seres diferentes mediante a diversa combinação dos elementos. O devir é causado pela luta entre duas forças primordiais: o amor e o ódio. O amor une os elementos e mantém a unidade; o ódio os divide e separa.
Demócrito, afirma que o ser é constituído por átomos que são partículas indivisíveis e invisíveis, eternas e imutáveis; não tem qualidades, exceto a impenetrabilidade; diferem entre si somente pela figura e pela dimensão.
Anaxágoras, para ele o devir é possível porque cada corpo contém elementos dos outros corpos. A causa do devir é dupla: o movimento giratório e a Mente Suprema. Desta última dependem a harmonia e a ordem.

Sofistas
A sofística é um movimento de idéias que se desenvolvem no mundo grego durante o século V a.C. Os sofistas não têm uma posição geográfica definida. A sofística surge como uma exigência de uma verificação da capacidade cognitiva do homem, seu interesse é humanístico e gnosiológico.
Os sofistas ensinavam a seus discípulos que não pode haver conhecimento verdadeiro, mas só um conhecimento provável, por causa de sua origem sensível, e que não existe uma lei mora, absoluta, mas somente leis convencionais. O fim supremo da vida é o prazer: esta é a última meta apropriada à dimensão empírica do conhecimento humano. Os maiores representantes sofistas são Protágoras e Górgias.
O que abordamos até agora de forma sintética, foi o nascimento da filosofia, porém, a filosofia tem mais de 700 anos de história, que percorre a Idade Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea. A filosofia trouxe aos homens a luz, o conhecimento da verdade, ou melhor, a busca pela verdade, e como o homem é um ser insaciável em suas buscas, a filosofia está longe de extinguir-se. Pode-se dizer, que enquanto houver um ser humano sobre a terra, que se questiona sobre a existência e sobre o mundo que o rodeia, aí estará viva a Filosofia.


[1] Graduanda no Curso de Licenciatura em Filosofia na PUCPR.